SER PROFESSOR É TER....

Vocação ontológica para ser mais humano

            Paulo Freire ensina que educação é humanização, que ensinar é característica humana: Não há docência sem discência, ensinar não é transferir conhecimento, ensinar é especificidade humana.

            Tenho muita gratidão por conhecê-lo e por poder estudar suas concepções, referências e biografias, do qual neste semestre estudei o livro Pedagogia da Autonomia, que sugere ao professor ser autônomo ao mesmo tempo em que é incentivador . Essa prática exige retidão ética, curiosidade epistemológica e vocação ontológica para ser mais humano.

            Autonomia: auto – regra; nomia – regra; - Eu tenho a regra, que também significa autogoverno.

            Como educador, Freire acredita que a autonomia pode ser um meio de libertação do capitalismo e da sociedade neoliberalista. Uma vez que a pessoa autônoma possui suas próprias regras torna-se independente e livre, não é influenciada facilmente por questões exteriores como, por exemplo, a ideologia neoliberal: Quanto maior for a autonomia, maior será o reconhecimento de assunção de identidade cultural.

            Defende que a condição de autogoverno está presente em todos, e que o professor deve instigá-la. Para isso primeiramente o docente deve tornar-se autônomo, de forma que influencie os discentes a fazerem o mesmo. De acordo com Freire isto é procurar se expressar por meio da coporeificação.

            Por outro lado o professor deve reconhecer os conhecimentos dos alunos, procurando problematizar e contextualizar os assuntos abordados, instigando dessa maneira, o interesse pelo estudo, denominada por Freire como curiosidade epistemológica. Sendo este um importante conceito da pedagogia da autonomia.

            O docente deve também demonstrar humildade, respeito, competência profissional, constante aprimoramento, justiça, amor e generosidade. Dessa forma o professor ao ser seguro e firme irá conquistar a autoridade ao mesmo tempo em que concede liberdade, sem ser autoritário. Estabelecendo uma relação horizontal entre educador/educando, no qual o professor aprende com o aluno e vice-versa.

            Freire defende que o professor autônomo é aquele que pensa certo, isto é que procura dialogar com o outro em busca do conhecimento da realidade vivida. Pensar certo significa ser contrário a qualquer forma de discriminação étnica, de gênero e de classe social. É não impor sua opinião e sim respeitar diferentes conceitos, está aberto para mudanças, compreendendo que a última é um direito humano e a tomada de decisão é algo de extrema responsabilidade, pois a prática educativa tem o compromisso ético de formar pessoas, cidadãos, portanto o ensino de conteúdos deve incluir a união da formação moral do educando.

            Ser educador é humanizar-se. É ter compromisso com uma educação que forme gente que seja mais gente. Sendo esta uma das belezas do ofício.

            Vive-se uma época conturbada do qual o professor é desvalorizado. Entretanto por meio da obra Pedagogia da Autonomia e das aulas da professora Cristiane, percebi que isso não é verdadeiro. A profissão docente possuí uma nobreza magnífica. Do qual o próprio professor deve reconhecer essa virtude, procurando comprovar seu mérito através das aulas, em que ele pode usá-las como meio para contribuir mesmo que com uma pequena parcela para uma sociedade melhor.

Dessa forma o professor muitas vezes é comparado a um herói que tenta salvar as pessoas com poucas perspectivas de vida, raras oportunidades, vítimas de uma sociedade injusta que enriquece uns em detrimento da pobreza de outros. Levar o saber a elas é conceder esperança, liberdade, expectativas e condição de ascensão social, por meio de conhecimento, senso crítico e autonomia do qual elas podem optar em mudar o rumo de suas vidas.

Fico feliz por isso, pois percebi o quanto essa profissão é sublime e que eu escolhi a profissão e curso corretos. A partir de então, passo a ter orgulho de estudar pedagogia e ser professora. Agradeço a todos pelo aprendizado que obtive.