O TRABALHO COM A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A APRENDIZAGEM
TRABALHO DA PÓS-GRADUAÇÃO
EM ARTE EDUCAÇÃO

Esse Trabalho tem por finalidade o estudo das
contribuições que a música pode proporcionar no processo ensino-aprendizagem na
Educação Infantil. Tal estudo aborda como o uso da
música se faz presente em sala de aula e com que frequência isto
acontece, buscando evidenciar suas contribuições na formação dos educandos,
procurando identificar as relações que são construídas com a utilização das
músicas como meio de incentivo e prazer para a aprendizagem.
Existem
inúmeras possibilidades de buscar as contribuições da música no processo
ensino-aprendizagem da criança, uma vez que ela se faz presente em suas vidas
muito antes da sua alfabetização. A afinidade com a música, pode se iniciar muito
antes do nascimento, na barriga materna e segue no decorrer da infância,
através das brincadeiras infantis, onde as crianças usam a música como forma de
expressão, relações sociais, diversão, alegria e aprendizagem.
A
justificativa deste trabalho está relacionada ao interesse de observar como a
música é trabalhada em sala de aula, sendo ela significativa ou não. A
metodologia utilizada foi à revisão bibliográfica sobre os seguintes autores:
Brito (2003), Loureiro (2008), Granja (2010), entre outros, e pesquisa de campo
com observação da prática do uso da música com uma turma com crianças de três e
quatro anos de uma professora da rede pública do ABC. Concluo nesta pesquisa
que o uso da música está presente em sala de aula de maneira significativa, sempre
apresentando novos vocabulários e levando a criança ao aprendizado prazeroso.
Palavras-chave:
Música e sala de aula; contribuições significativas; prática pedagógica.
introdução
As
concepções teóricas norteadoras da pesquisa foram baseadas nos seguintes
autores: Brito (2003) que classifica a importância da música como vivencia na
Educação Infantil, onde destaca que somos seres musicais, que a música é
importante para nossa vida e por isso deve fazer parte do currículo das
escolas; Loureiro (2008) explica que o aprendizado de música deve ser um ato de
desprendimento prazeroso, que comungue com as experiências da criança sem ser
uma imposição ou que busque a qualquer custo que a criança domine um
instrumento, o qual pode minar sua sensibilidade e criatividade e Granja (2010)
aponta que a música é um conhecimento importante na formação das pessoas e
consequentemente nos programas escolares, pois o sentido maior de qualquer
aprendizagem deveria estar na articulação entre as atividades de natureza perceptiva
e os momentos de elaboração conceitual; no Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (1998) ressalta que, A música é a linguagem que se traduz
em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e
pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e
o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas
situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas,
políticas etc. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na
Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros
cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia.
A
integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim
como a promoção de interação e comunicação social, conferem caráter
significativo à linguagem musical. É uma das formas importantes de expressão
humana, o que por si só justifica sua presença no contexto da educação, de um
modo geral, e na educação infantil e no Proinfantil (2006) afirma que a música,
a dança, o teatro, assim como as brincadeiras, revelam possibilidades muito
maiores do que disciplinar corpos, trazem contribuições mais interessantes do
que deixar as crianças mais calmas, menos agressivas e em melhores condições
para frequentar a escola, respondendo às suas exigências e conteúdos
preestabelecidos. As músicas, a dança, o teatro e outras manifestações
culturais constituem ricas formas de experimentação do mundo, de
compartilhamento corporal de conhecimentos, memórias, valores, conceitos e
preconceitos, com todas as suas marcas e tensões. Ao experimentar e se
apropriar do mundo, fazemos parte de sua história, tornamo-nos sujeitos,
podemos desconstruir discursos e construir novos até então inimagináveis.
Neste
sentido, os estudos bibliográficos serviram de base teórica para a concepção
sobre o tema focalizado, na busca da compreensão do mesmo e através das
pesquisas de campo, pude analisar a prática em sala de aula, em relação ao uso
da música na Educação Infantil.
Portanto,
apresento no primeiro capítulo a história da arte, música no Brasil,
apresentando de uma forma resumida, sua trajetória histórica. No capítulo dois
iremos entender sobre a história da música e suas contribuições e como ela
chega à educação infantil. No capítulo três, discorro sobre a contribuição da
música para o processo educativo, e sua importância no desenvolvimento das
crianças. No quarto capítulo apresento a pesquisa de campo com relatos da
observação realizada junto à professora de uma turma de três e quatro anos, da
rede de ensino de São Bernardo do Campo, onde poderei questionar a contribuição
do trabalho com a música, como objetivo fundamental no cotidiano escolar.
E
ao final deste trabalho constato a importância do uso da música na produção
intelectual humana de ensino aprendizagem, onde observei se a professora da
Educação Infantil trabalha ou não de forma significativa a música em sala de
aula.
1 - HISTÓRIA DA ARTE
A história da arte está
relacionada à cultura dos mais variados povos existentes. Ela atravessa os
tempos, criando e contando o passado e recriando o presente. A arte está
presente a nossa volta e com ela compomos a história de uma sociedade. Cada
objeto artístico apresenta uma finalidade. Desde a pré-história, o homem sempre
criou elementos que o ajudassem a sobrepujar as suas necessidades e a vencer
desafios.
Existem objetos do homem que
representam os seus sentimentos, algo que a utilidade pública muitas vezes não
consegue questionar, somente considera a sua beleza. Eles são conhecidos como
obra de arte. Elas fazem parte da cultura do povo e são capazes de ilustrar
situações sociais ou não.
A arte pode ser definida
como fruto da criação do homem e de seus valores junto à sociedade. Dentro dela
existem vários procedimentos e técnicas utilizadas para compor uma obra.
Podemos identificá-las de
todas as formas: arquitetura, música, cinema, teatro, dança, etc. Ela é uma
necessidade que faz o homem se comunicar e refletir sobre as questões sociais e
culturais dentro da sociedade.
Nela, aprendemos a refletir
sobre as principais filosofias e os principais críticos da arte, assim como o
estudo dos objetos artísticos e os diferentes contextos sociais.
A
arte brasileira
A arte brasileira surge da
mistura de outros estilos e se inicia desde o período da Pré-História há mais
de cinco mil anos, até a arte primitiva. Ela também foi influenciada pelo
estilo artístico de outras sociedades.
Dentre elas, temos a arte da
Pré-História brasileira, com vários sítios arqueológicos espalhados pelo
território e tombados pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional. Outra a ser citada é a arte indígena, na época do descobrimento do
Brasil, quando no início, havia cerca de cinco milhões de índios. Atualmente,
esse número foi reduzido, assim como parte de sua cultura.
Outra arte brasileira a ser
citada é a do Período Colonial. O Brasil transformou-se em colônia de Portugal,
depois da chegada de Cabral e eram feitas construções simples, como as
feitorias, várias vilas, engenhos de açúcar como representação da arte. Após a
divisão do Brasil em capitanias hereditárias, foi necessária a construção de
casas para os colonizadores.
Na invasão dos holandeses
que ficaram no nordeste do Brasil por quase 25 anos, no início de 1624, se instalou
uma cultura vinda dos povos holandeses. Apesar dos portugueses terem defendido
o Brasil de invasores, estes ainda conseguiram instalar-se. Artistas e
cientistas vieram para o Recife, trazendo a cultura holandesa. Outro estilo
surgido foi o Barroco, ligado ao catolicismo. A influência da Missão Artística
Francesa, no início do século XIX, quando a família real veio ao Brasil foi
intensa. A população começou a imitar a cultura europeia. Eram pintados
retratos da família real e algumas imagens dos índios brasileiros.
A Pintura Acadêmica, também
no século XIX, na arte brasileira, retrata a riqueza clássica, sendo que era
refletido um padrão de beleza ideal (padrões propostos pela Academia de Belas
Artes). Já no início do século XX, presenciamos o Modernismo Brasileiro,
marcado inicialmente pela Semana de Arte Moderna. E, antes disso, o
Expressionismo já começa a chegar ao Brasil e fazer história com Lasar Segall
(1891-1957) que contribui para o Modernismo. Após a Semana de Arte Moderna,
vários artistas começaram a desenvolver um estilo próprio de pintura, sendo ela
mais valorizada no país.
Linha de Tempo da Arte:
PRÉ- HISTÓRIA:
-Período Paleolítico e
neolítico;
-Primeiras manifestações
artísticas, pinturas e gravuras encontradas nas paredes das cavernas.
ANTIGÜIDADE:
Aparecimento da escrita que
sucede até a queda do império romano. Período das grandes civilizações, como a
Mesopotâmia, Egito, Grécia, e Roma.
o
Mesopotâmia: Construções em adobes (tijolo
preparado com argila crua e secado ao sol); Também outros povos se desenvolviam
ao mesmo tempo. (Pirâmides Quéops, Quéfren e Miquerinos)
o
Egito: Grande civilização. Povo
excessivamente religioso e místico, toda sua vida girava em torno da crença de
que a alma voltaria a habitar o mesmo corpo. Monumentos funerários, religiosos.
Lei do frontalidade.
o
Grécia: Basicamente ligada aos templos
(Colunas Dórica, Jônica e Coríntia). Buscavam no homem e na vida inspiração
(padrão de beleza). Uso da figura geométrica ou cenas mitológicas. Teatro
(arena).
o
Roma: Construções mais típicas são templos,
basílicas, circos, teatros, anfiteatros, e aquedutos; Decoração de paredes e
retratos.
ARTE MEDIEVAL:
Deus centro do universo;
Arte Bizantina: mosaico
Românica: uso de rosáceas
para facilitar a iluminação interna dos templos;
Góticos: teocentrismo
atingiu seu apogeu, toda a vida do homem deveria ser voltada para o aspecto
religioso e as igrejas deveriam tornar- se amplas e mais altas.
ARTE ACADÊMICA OU CLÁSSICA:
Do teocentrismo Medieval o
homem avança para o humanismo e coloca- se como centro do universo.
Descobre que existem outros
povos que habitam o planeta;
Surge a renovação artística
e cultural.
RENASCIMENTO:
Os artistas voltam a estudar
o corpo humano, procurando perfeição e harmonia das formas, buscando inspiração
nos Greco-Romanos: esculturas como a Pietá de Miguel Ângelo Buonarotti, Giotto
é o percursor do renascimento, mas Leonardo da Vinci é considerado um dos
maiores gênios da humanidade.
BARROCO:
Foi utilizada em relação a
arte porque os artistas não observam mais as rígidas regras estabelecidas no
renascimento.
No Barroco predomina o
aspecto emocional, juntamente com o sentimento religioso.
Abundância de detalhes,
violentos contrastes de luz e sombra.
ROCOCÓ:
É graça elegância, erotismo
e inspiração mundana.
Os pintores deste estilo
usam pinceladas rápidas, leves e delicadas.
O desenho é decorativo.
As cores são claras e
luminosas.
Nus femininos.
ARTE NEOCLÁSSICA:
Tendência artística e
literária que surgiu em contraposição as idéias do Barroco e do Rococó.
Este estilo representa a
restauração ou reconstrução das formas artísticas da Antiguidade Clássica e
Greco – Romana.
ROMANTISMO:
Há a valorização do exótico,
do pitoresco, do fantástico e do aventuroso.
Delacroix é o expoente
máximo da pintura romântica.
Alto relevo, liberdade de
composição, exuberância de cor vermelho, contraste de luz e sombra, pinceladas
livres.
REALISMO:
Surgiu contrapondo a ideia
do romantismo.
O avanço tecnológico fez com
que os homens se voltassem para o real, concreto, o científico, o objetivo.
Começa a surgir grandes edifícios de ferro, concreto e vidro, muito aço.
Desaparecem das pinturas os santos, histórias e literários.
O pintor só pinta o que viu
e o que está vendo.
Artista: Rodin
ARTE MODERNA, PÓS- MODERNA E CONTEMPORÂNEA:
IMPRESSIONISMO: Pintura
baseada nas diversas variações da cor da luz. Pintavam ao ar livre, procurando
fixar em suas telas a luminosidade e a atmosfera do ambiente. Artistas: Manet,
Monet, Cézanne, Degas, Renoir.
EXPRESSIONISMO: Surge em
oposição ao impressionismo e reflete a angústia e a instabilidade do período
entre a primeira e segunda Guerra Mundial. Pintura deformada de imagens e da
realidade, emocional, sentimental, utilizando temas como o amor, o ódio, a
miséria, o medo, a solidão, a prostituição e outros. Artistas: Van Gogh, Munch,
FOVISMO: Deformadores de
imagens da realidade por isso em suas telas não produzem sentimentos, mas
simplesmente sensações, impulsos vitais. É uma pintura que agride por suas
cores fortes e quentes. O desenho e a forma estão em segundo plano. Artista:
Matisse
CUBISMO: Simplificação e
geometrização da forma. Abandono da terceira dimensão. Trata as formas como se
fossem cones, esferas e cilindros. Artistas: Paul Cezann, Pablo Picasso,
Mondrian.
ABSTRACIONISMO: É uma
pintura cuja forma não possui qualquer relação com as imagens ou aparências da
realidade exterior. Artista: Kandinsk, Mondrian, Paul Klee, Duchamp.
DADAÍSMO: Pintura
irracional, sem sentido, debochada, satírica. Reflete um espírito de
insatisfação e tédio, pois surgiu num período de saturação cultural. Desordem
duvida improvisação. Artista: Duchamp
SURREALISMO: Sem preocupação
estética ou moral baseia-se inteiramente no comando do subconsciente. Baseado
nos valores do sonho e suas associações. Artistas: Dali, Miro, Picasso.
FUTURISMO: Pintura dinâmica,
vertiginosa, compatível com a velocidade da era da maquina. Usam formas
geométricas para dar movimento. Artista: Duchamp
OP ART: Propõe participação
ativa do contemplador na obra. Criação em série, simboliza o mundo precário.
Artista: Vassarely.
POP
ART: Evidencia o cotidiano, o comum. Exagero de formas para chamar atenção.
Expressão do vulgarismo americano valorizando produtos fabricados e consumidos
em massa. Artista: Warhol.
Outra
forma de arte é o trabalho feito com a música, onde podemos expressar nossos
sentimentos, sentir vibrações, agregando conhecimentos de determinados ritmos,
letras e culturas. Possibilitando desta maneira, agregar o trabalho pedagógico
do letramento com a ludicidade da música.
Para isto no próximo
capítulo iremos conhecer um pouco da história da música no Brasil.
2 - a história da música no Brasil
A
música do Brasil se constituiu a partir da mistura de elementos europeus,
africanos e indígenas, trazidos concomitantemente por colonizadores
portugueses, escravos e os padres jesuítas que a usava em cultos religiosos e
para atrair atenção à fé cristã. Os nativos que aqui já habitavam também tinham
suas práticas musicais, ato que ajudou a formar uma enorme variedade de estilos
musicais, que se consolidaram com o decorrer da história. Em terras
brasileiras, as primeiras manifestações musicais, que recebem registros
históricos, são as dos padres jesuítas, que, naquele momento, queriam mais
fiéis para sua igreja do que promover educação ou manifestações artísticas por
meio de sua música.
A
ligação dos índios com os jesuítas ficou mais estreita por meio da música que
os padres usavam para catequizá-los. Logo após sua chegada, os jesuítas
levantaram aldeamentos que chamavam Missões ou Reduções, esses locais serviam
para levarem sua fé aos índios e para se manter com certa tranquilidade no
Brasil Colonial. Apesar de haver ensino de cantos e apresentação de
instrumentos pelos padres jesuítas, não havia conotação educativa nessa
prática, esse processo era puramente religioso, usado para espalhar a fé dos
padres pela população indígena.
A
partir do século XVII, a música popular ganha força no Brasil, principalmente o
lundo ou landu, inicialmente uma dança africana. No período colonial e primeiro
império chegam ao Brasil as valsas, polcas, tangos e outras diversas
manifestações musicais estrangeiras, que nos Brasil achavam veículo de
expressão.
Aos
africanos trazidos, como escravo ao Brasil, deve-se boa parte da concepção da
nossa música popular. Foi, certamente, a relação com o povo africano que
enriqueceu a parte rítmica da música feita no Brasil e nos levou a nossa
riqueza musical.
Já
no fim século XIX e início do XX, com o fim da escravidão em 1888, são abertas
novas fronteiras para a vinda de imigrantes europeus, para o trabalho nas
lavouras de café e algodão. Esses chegam com diversos ritmos de sua terra
natal, como a mazurca, que acaba sendo abrasileirada (sic.) e transformada no
maxixe.
Essa
transformação de ritmo dá origem ao choro. Porém, uma música popular brasileira
só se formaria mesmo com o carnaval carioca e a chegada do gramofone ao Brasil
na década de 1930 do século XX. Apareceria então o samba urbano, o ritmo mais
famoso do Brasil. Depois disso, com o rádio, a televisão e a indústria fonográfica
a música popular se consolida e chega à variedade gigantesca que hoje
encontramos.
Em
relação ao ensino de música, do descobrimento até meados do século XX, este
acontecia de forma geral e casual, sem conotação educativa, sem registros que
esclareçam uma organização pedagógica no seu uso. Era utilizada na perspectiva
de ensinar a tocar instrumentos (cravo, piano, violão) ou para professar a fé
cristã pelos padres jesuítas e como manifestação cultural.
Só
em 1854, por decreto real é regulamentado o ensino de música no Brasil, mas não
havia formação compatível, por parte dos professores, e a música era usada para
o controle dos alunos. Loureiro (2003) explica que nessa fase era dada pouca
ênfase aos aspectos musicais pela escola. A visão de trabalhar na educação
musical os aspectos culturais dos alunos, seu meio e a música como elemento de
interação entre as outras disciplinas escolares, apareceriam em nossa história
a partir da metade do século XX, junto à evolução da educação infantil como
instituição educativa.
3 - a contribuição da música para o processo
educativo
A
música pode possibilitar no imaginário da criança a passagem para um mundo
desconhecido, sabe-se que, é da própria natureza da música nos encantarmos com
grandes fantasias e imaginações, ou seja, tudo isso pode ocorrer com o simples
fato de ouvi-la.
Ela
surge por meio dos sons e está inserida no cotidiano das pessoas, ou seja, na
fala, nos objetos que se utiliza no dia a dia, no movimento, entre outros
exemplos.
A
música consegue tornar qualquer ambiente mais agradável, mais leve, mais
prazeroso, ela se faz presente no universo infantil desde muito cedo, e com
isso consegue encantá-las com seus diversos elementos, como a melodia, a
harmonia e o ritmo. Na vida infantil o ensino da música vem como forma de
compreensão de mundo.
Neste
sentido as crianças relacionam a música com conhecimentos que elas já possuem
do seu cotidiano com sua família, com seus amigos e todos os que as cercam, o
que possibilita ainda mais a aprendizagem. Elas adquirem conhecimento quando
este passa a ser concreto, ou seja, quando elas passam a experimentá-lo.
Portanto,
nas situações do dia a dia, quanto mais elas receberem estímulos, mais
desenvolverão seu intelecto. Quanto maior o número de atividades como: cantar,
dançar, fazer gestos, bater palmas, movimentos com o corpo, pés e mãos, mais
favorecido será o senso rítmico e a sua coordenação motora, o que para os anos
iniciais de ensino l é importantíssimo, pois auxilia também na alfabetização.
Estímulos colocam a inteligência em prática, pois segundo Britto o estímulo
sonoro aumenta as conexões entre os neurônios e, de acordo com cientistas de
todo o mundo, quanto maior a conexão entre os neurônios, mais brilhante será o
ser humano. (2009, p.3).
As
práticas escolares visam estimular o desenvolvimento cognitivo e para esse
objetivo é fundamental entender o processo no qual o cognitivo se relaciona com
a música. Através de estudos pôde-se perceber que o desenvolvimento musical,
envolvendo a reação do ser humano ao ouvir músicas, mostra as várias etapas que
o sujeito percorre, como alegria, tristeza, euforia, relaxamento, e isso pode
ser percebido nas crianças através das suas reações, pois cada uma reage a sua
maneira, umas batem palmas, outras mexem as pernas, outras a cabeça etc.
Em
se tratando de formas de expressão humana, a música justifica seu papel na
educação, principalmente na educação infantil, pois através dela a criança
compreende o mundo em que vive e desenvolve aptidões como criatividade e expressão.
A música tem grande importância no ambiente escolar e vai
além da motivação, ajudando no desenvolvimento da criança. Usando a música com
frequência no ambiente escolar, temos uma ferramenta no processo de
aprendizagem da leitura e escrita, onde acaba ampliando o gosto pelos assuntos
apresentados em sala, na interação com o outro, na formação de conceitos e no
desenvolvimento da autoestima.
Presente
em várias atividades da vida humana, a música se apresenta também de muitas
formas no contexto da educação infantil. Podemos ver isso nas diversas
situações, como nos momentos de chegada, hora do lanche, nas comemorações
escolares como danças, nas recreações e festividades em geral. E não é
diferente na vida das crianças em suas relações com o mundo.
Ao
trabalhar a música na escola, não podemos deixar de considerar os conhecimentos
prévios da criança, incentivando a criança a mostrar o que ela já entende ou
conhece sobre esse assunto, deve ter uma postura de aceitação em relação à
cultura que a criança traz.
A
música tem como propósito favorecer e colaborar no desenvolvimento dos alunos,
sem privilegiar apenas alguns alunos, entendendo esta, não como uma atividade
mecânica e pouco produtiva que se satisfaz com o recitar de algumas cantigas e
em momentos específicos da rotina escolar, mas envolve uma atividade planejada
e contextualizada, como prevê o RCNEI, além de
explorar
as múltiplas possibilidades que a música tem em seu ensino, como explica
Loureiro:
Atenção
especial deveria ser dispensada ao ensino de música no nível da educação
básica, principalmente na educação infantil e no ensino fundamental, pois é
nessa etapa que o individuo estabelece e pode ser assegurada sua relação com o
conhecimento, operando-o no nível cognitivo, de sensibilidade e de formação da
personalidade. (2003,
p.141).
Para
ser significativa e atingir seus objetivos, a música deve ser trabalhada de
diferentes formas, como por exemplo, com exercícios de pulsação, parâmetros
sonoros, canto, parlendas, brincadeiras cantadas, sonorização de histórias.
Pode-se trabalhar com os alunos ruídos cotidianos, o que parece muito
interessante, uma maneira de explorar os sons ou ruídos de uma forma muito
completa. Na educação infantil, podemos buscar um trabalho que permita o aluno
a experimentar sensações e sentimentos como de tristeza, alegria, etc.
Propor
atividades e brincadeiras onde os alunos possam reproduzir sons do dia a dia,
de animais, cachorros, cavalos e o som dos carros. BRITO (2003) relata em
especifico que “esses jogos trabalham usando ações dos cotidianos dando base
para desenvolver muito a criatividade e atenção das crianças”.
O
uso ou o trabalho com a música tem como enfoque o desenvolvimento global da
criança na educação infantil, respeitando sua individualidade, seu contexto
social, econômico, cultural, étnico e religioso, entendendo a criança como um
ser único com características próprias, que interage nesse meio com outras
crianças e também explora diversas peculiaridades em todos os aspectos.
O
caminho para a viabilidade da música nas escolas, aqui especificamente na
educação infantil se dá pelo uso de ferramentas para sua reflexão, práticas
para que se faça o uso correto da música, trabalhar a diversidade e o contexto
do aluno, explorando suas potencialidades.
A
atividade musical e as demais artes, unidas ao jogo recreativo, são uma base
forte na educação infantil. Em relação a estes aspectos, Brito explica que:
[...]
importa, prioritariamente, a criança, o sujeito da experiência, e não a música,
como muitas situações de ensino musical consideram. A educação musical não deve
visar à formação de possíveis músicos do amanhã, mas sim à formação integral
das crianças de hoje (2003, p.46).
Então
é preciso mostrar e entender a prática de como a música pode ser usada na escola,
ou seja, apresentar atividades com música que contribuam no desenvolvimento das
crianças da educação infantil, bem como atividades musicais que possam
contribuir no trabalho com o aluno e como pode ser usada.
Assim
no próximo capitulo será exposta a observação sobre os trabalhos realizados com
música, em uma turma de três e quatro anos na Educação Infantil da Rede Pública
de ensino.
4 - O USO DA
MÚSICA NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na
observação realizada na Educação Infantil da Rede Pública, com crianças de três
e quatro anos de idade, por um período de aproximadamente dois meses, pude
observar várias prática com o uso da música e qual seu objetivo no processo de
ensino aprendizagem.
Em
um primeiro momento, durante a semana a professora trouxe algumas músicas, que
as crianças ouviram em roda, onde cantavam e depois conversavam sobre as
canções. A mesma fazia perguntas como:
-
O que a música conta?
-
Sobre o que ela fala? Fala de algum animal?
-
Qual parte da música você mais gostou?
-
E qual desenho você faria para esta música?
As
crianças ficavam empolgadas, querendo todos falar ao mesmo tempo, onde eram
conduzidas pela professora a levantarem a mão e falarem um de cada vez. Na roda
apresentaram diferentes opiniões em relação a percepção musical, foi neste
momento que a professora discutiu em grupo os fazendo ouvir e pensar a respeito
sobre a opinião do amigo, trazendo ao final a mensagem expressa na música.
Após
esta atividade, a professora apresentou para a turma a letra da música impressa
e pediu que os alunos desenhassem os personagens da música ao lado da letra,
com a intenção que além de desenharem, as crianças percebessem as letras e as
palavras, ou seja, percebessem como a música é escrita.
Neste
momento, uns alunos apenas desenharam os personagens, outros desenharam as
letras e outros desenharam os personagens e as letras. Ao final a professora
conversou com eles a respeito da atividade e perguntou se eles perceberam que
podemos escrever tudo aquilo que falamos ou cantamos, podendo ser registrado
através da escrita (das letras).
Uma
das músicas cantadas foi:
O sapo não lava o pé
Não
lava porque não quer
Ele
mora lá na lagoa
Não
lava o pé porque não quer
Mas
que chulé!!!
Ao
olhar os desenhos desta música
A
professora percebeu que quando as crianças foram fazer o registro desta música,
todas elas desenharam o sapo, aí perguntou para a turma:
-
Por que vocês desenharam o sapo?
-
Não dá para desenhar outra coisa?
Pediu
que cantassem a música novamente e que prestassem atenção qual outra coisa eles
poderiam desenhar que faz parte da música também. Um dos alunos foi logo
dizendo:
-
Ah, podemos desenhar o pé de chulé. Nesta ocasião todos sorriram e disseram é
mesmo, mas como vamos fazer o chulé? A professora aproveitando o gancho produziu
com a turma um cartaz coletivo, onde fizeram o pé, o sapo e um rio,
demonstrando desta maneira que devemos prestar atenção em tudo o que a música
fala, demonstrando desta maneira outras possibilidades.
Outra
música bem conhecida, que trouxe contribuições diferentes para a turma foi:
1
2 3 indiozinhos
4
5 6 indiozinhos
7
8 9 indiozinhos
10
num pequeno bote
Vinham
navegando pelo rio abaixo
Quando
um jacaré se aproximou
E
o pequeno bote dos indiozinhos
Quase,
quase virou, Mas não virou!
Com
esta música, além de trabalhar todas as questões já citadas, a professora
aproveitou para apresentar os números escritos e suas representações em forma
de desenhos. Com esta atividade as crianças da turma que apresentavam
dificuldades em reconhecer os números, passaram a reconhecer e mostrar com o
dedinho os números. Foi muito interessante, pois aprenderam de maneira lúdica,
prazerosa, pediam para cantar todos os dias as músicas expostas.
Além
disso, foi trabalhado com a turma: parlendas; brincadeiras de roda; apresentação
musical para outras turmas; dança das caeiras e música clássica.
Com
as parlendas as crianças se divertiam, pois cantavam sem parar e ao mesmo tempo
aprendiam, pois assim como outros gêneros orais tem um papel significativo no
processo de aprendizagem da leitura e da escrita, pois:
A
parlenda é um rico enunciado lúdico pedagógico que diverte, ensina, pela sua
forma rítmica, sonora e motora, uma vez que desenvolve as condições
linguísticas e socioculturais do homem. Este texto da tradição oral é utilizado,
especialmente na fase infantil, como ferramenta de interação e divertimento.
(BESERRA; RODRIGUES, 2010, p.67).
Nas
brincadeiras de roda, todos participavam com entusiasmo, euforia e dedicação,
cumpriam as regras e dedicavam-se ao máximo para ficar até o final. Um desses
momentos foi na brincadeira do Lencinho na mão, ao qual a professora me relatou
que no principio, a turma não entendia bem as regras, mas que no decorrer dos
meses e com prática semanal, todos aprenderam e começaram a levar a sério o momento
da brincadeira.
Brincando
de roda e cantando a criança exercita espontaneamente o seu corpo, desenvolve o
raciocínio e a memória, estimula o gosto pelo canto, pois é através das
brincadeiras cantadas que segundo Cascudo:
Ao
cantar, a criança está correspondendo às suas necessidades vitais e dando vazão
a impulsos que lhe permitem desenvolver-se como ser pleno e afirmar a sua
existência. É um movimento que faz parte dos seus esforços de compreender o
mundo, e que a torna capaz de lidar com problemas até complexos e que muitas
vezes tem dificuldade de compreender ( 2001).
As
cantigas de roda trabalham o lúdico que tem um papel admirável na educação
infantil, pois a criança, ao participar de ações lúdicas, cria e vive momentos
de simbolismo, além de ampliar seu vocabulário. Essas atividades lúdicas,
quando bem direcionadas, trazem grandes melhorias na saúde física, mental,
social e intelectual da criança.
A
atividade lúdica mostra-se como instrumento facilitador da aprendizagem,
possuindo valor educacional e instituindo condições para que a criança explore
seus movimentos. E as cantigas, sempre apresentaram seu papel educativo,
servindo a um propósito pelo efeito que esta provoca na alma humana.
Já
com as apresentações musicais, as crianças se dedicavam desde a criação do
figurino, os ensaios, até o dia em que se apresentavam. Isto trouxe prazer para
a turma, além de contribuir para a autoestima das crianças mais tímidas, que
acabavam se envolvendo nos processos de confecção de figurino até o dia da apresentação,
que de acordo com Gainza:
Cada
um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano
específico, ao qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente: o ritmo
musical induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade; a ordem
ou a estrutura musical (na harmonia ou na forma musical) contribui ativamente
para a afirmação ou para a restauração da ordem mental no homem (1988).
Com
a dança das cadeiras a professora além de usar músicas que as crianças
gostavam, ela usava este momento para trabalhar o reconhecimento dos nomes,
agregando o letramento ao prazer da brincadeira com o uso da música.

Para
Nogueira (2003):
Esse
espaço não precisa significar precisamente uma aula exclusiva de música. Mas,
que esse espaço possa ser concretizado nas atividades de rotina, nas
brincadeiras e em tudo que envolva musicalidade. É importante que esse trabalho
não seja superficial e separado do projeto pedagógico, mas que faça uma
interligação com tudo que diz respeito ao currículo (s.p).
Porém
o trabalho musical que mais me chamou atenção foi com a música clássica, pois a
professora trabalhou com ela em diversos momentos.
No
primeiro momento ela colocou a música Nona sinfonia de Beethoven e pediu para
as crianças fecharem os olhos e ouvirem a música, após o término da música ela
fez uma roda de conversa perguntando o que eles sentiram e as respostas foram
as mais variadas possíveis, uns disseram que tiveram vontade de sair correndo,
outros disseram que ficaram alegres, outros que tinha hora que queriam rir e
outras que ficaram com vontade de se mexer.
Na
segunda atividade, a professora conversou com a turma, para retomar a lembrança
da música, pois, esta aconteceu em outro dia da semana e pediu que todos
ficassem de pé e colocou a música novamente pedindo para que eles dançassem
conforme suas sensações foram muito diversificadas as reações das crianças, uns
pulavam, outros corriam, outros se contorciam e outros apenas balançavam o
corpo fazendo gestos com as mãos. Estas atividades tinham como foco, perceber
como cada criança reage diferente ao mesmo estímulo e apresentar a música
clássica para a turma, pois a música:
“[...]
acompanha os seres humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória
neste planeta. E, particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como umas
das mais importantes formas de comunicação [...]. A experiência musical não
pode ser ignorada, mas sim compreendida, analisada e transformadas
criticamente” (Nogueira 2003).
No
terceiro momento pediu que a turma sentasse nas cadeiras com seus nomes e
entregou o caderno de desenho para cada criança, colocando sobre a mesa lápis
de cor e giz de cera. Então contou que colocaria a música clássica 9ª Sinfonia
de Beethoven novamente e que eles deveriam desenhar conforme o que cada um iria sentir ao ouvir a música.
As
crianças me surpreenderam, pois fizeram desenhos com pessoas chorando, outras
desenharam montanhas, outras apenas fizeram círculos, pois alegaram que tinham
vontade de desenhar sem parar em formas de círculos, outras fizeram um sol,
pois falaram que o sol esquenta e a musica parecia quente e forte e outras
desenharam normalmente, sem que a música interferisse nos seus sentimentos.
Após
esta etapa a professora apresentou para a turma outro ritmo da música de
Beethoven, em roda, pediu que as crianças fechassem os olhos e colocou a Sonata
Clara de Luna, desta vez uma música tranquila, lenta. As crianças ficaram paradas
ouvindo com atenção, umas até deitaram no chão para terminar de ouvir. Na roda
de conversa ao término da música, as crianças disseram que deu vontade de
dormir, outros que ficaram tristes, outros que era gostoso ouvir.
Em
seguida, colocou novamente e pediu que dançassem ao som da música, ao contrário
da outra, nesta música, eles faziam movimentos tranquilos, uns davam as mãos e
iam deslizando como bailarinas, balançavam seu corpo devagar e tranquilamente.
Neste momento foi perceptível como os ritmos interferem nas ações das crianças,
como um ambiente tranquilo e calmo, faz com que as crianças também fiquem
tranquilas.
Os
desenhos com esta música também foram diferentes, uns desenharam flores, outros
o céu, outros um rio, outros pássaros e conforme a professora questionava os
desenhos todos dizia que era um lugar com poucas pessoas e muita natureza, uma
criança disse que ficou triste, pois se lembrou da mãe e ficou com saudade e
devido a isto a desenhou.
Durante
o mês a professora sempre trazia brincadeiras novas, ritmos novos, momentos de
ouvir, dançar, brincar, aprender e desenhar com música.
Portanto
trabalhar com música é uma atividade significativa, desde que bem explorada,
pois acreditamos que ensinar a criança a ouvir e sentir com os olhos da imaginação,
podendo assim expressar as músicas ouvidas. Diante de tudo o que foi observado
e pesquisado dará início às considerações a respeito da Importância da música
na Educação Infantil.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Esta
pesquisa teve como objetivo compreender como se dá o trabalho da música na
Educação Infantil, e quais os reais objetivos que norteiam a realização desta
no espaço de educação com as crianças, procuramos então identificar as relações
que a música pode contribuir para o processo de ensino aprendizagem.
Com
o objetivo de avaliar, em caráter qualitativo, e observar este trabalho na
Educação Infantil pública, destaco que as salas de aulas possuem cartazes com
músicas diversas, onde estão presentes em todos os momentos da rotina da turma,
com repertório de qualidade, com vocabulário diferenciado, contextualizando a
realidade com o imaginário, onde a professora utilizou-se da música para
trabalhar o conhecimento prévio da criança.
Chego
ao fim deste trabalho com a ciência de que estamos longe de encontrar respostas
definitivas ou modelos únicos, mas podemos através desta traçar caminhos para
chegarmos a desenvolver uma atividade significativa na Educação Infantil,
saindo do julgamento de que as crianças não compreendem o que estão fazendo ou
ouvindo e o que acontece nesta fase de nossas vidas não interferirá no adulto
que seremos e em nossos futuros hábitos, como o de ouvir e experimentar
diversos ritmos musicais. E o que gostaria de mostrar com esta pesquisa é que
se trabalharmos a prática da música de forma significativa e prazerosa com
nossas crianças podemos contribuir para a formação crítica e reflexiva.
Observo
também a necessidade de realizar um trabalho contínuo para a formação de
professores sobre a importância de atividades com a música, pois a realização
destas se concretiza na Educação Infantil como uma possibilidade de
desenvolvimento das crianças. A professora da turma observada apresenta
conhecimento sobre o valor desta para as crianças (alunos), e que através da
música se dá o inicio da construção de uma nova consciência, sendo este o
motivo que nos levou a pesquisar sobre a importância deste trabalho desde a
infância, pois a música recorta o real, resume e decifra ponto de vista e
ideologias possibilitando aos alunos fazer a releitura do que está ouvindo e
encontrar sentido na escuta a partir de seu repertório. Uns dos pontos
positivos observados durante esta pesquisa foi de perceber que além do real
objetivo da música ser compreendida em sua amplitude, possibilitam o acesso das
crianças a novos ritmos, o que motiva nossos pequenos a se interessar pelas
variadas músicas.
Contudo
ressalto que a observação foi realizada em apenas uma sala da Educação
Infantil, devido ao tempo hábil da pesquisa. Dentro deste processo surgiram
alguns questionamentos para futuros aprofundamentos, em relação ao uso da
música na Educação Infantil, que não puderam ser contemplados em sua amplitude,
mas que acredito serem importantes neste processo, como: quantos professores
usam da linguagem musical para estimular o ensino dos alunos de forma prazerosa
e com qual frequência outros professores se utilizam da música no processo de
ensino aprendizagem.
A
música aliada ao ensino é entendida por muitos autores pesquisados como
importante instrumento pedagógico. O papel da música aqui discutido é o ato do
professor cantar, trabalhar a música ou tocar alguns instrumentos, tendo como
objetivo o desenvolvimento da criança.
E
com base nas pesquisas e leituras realizadas, posso dizer que a música é
essencial na formação das crianças, pois é rica em informações e oferece um
amplo campo de trabalho. Propiciando, gerando e desenvolvendo o cognitivo das
crianças.
Ela
já se faz presente no cotidiano da educação infantil, mas deve ser trabalhada
com finalidades e não apenas como forma de coibição, disciplina ou memorização.
E cabe aos professores a ação de facilitar cotidiano do ensino aprendizado, com
as mediações que trarão resultados positivos não somente no processo da
educação musical, mas também nas disciplinas inclusas no currículo escolar.
Cabe
ao professor propiciar aos alunos momentos prazerosos, com atividades lúdicas e
expressivas. Utilizando-se dos mais variados recursos didáticos para causar em
seus alunos deslumbramentos que os marcarão e que carregarão para o resto de
suas vidas.
Concluo
assim que a importância da música na Educação Infantil é fundamental no
desenvolvimento das crianças, pois o ato de ouvir estimula a aquisição de
conhecimentos, sentimentos e sensações, proporcionando um desenvolvimento favorável
para o vocabulário das mesmas, podendo desenvolver o prazer da aprendizagem
para que no futuro possam ser autônomos em suas escolhas.
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